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2012 - Livro Vermelho 2013

Aechmea alopecurus Mez EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 12-04-2012

Criterio: B1ab(iii)+2ab(iii)

Avaliador: Miguel d'Avila de Moraes

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG: Marcelo

Especialista(s):


Justificativa

Aechmea alopecurus é endêmica do Brasil e ocorre exclusivamente nos Estados da Bahia e Minas Gerais. Após a única coleta da espécie no século XIX, um novo registro foi feito no ano 2000 em Itororó, na Bahia e outro, em 2003, para Salto da Divisa, em Minas Gerais. A espécie tem distribuição restrita (EOO=2.359,38 km²) e ocupa uma AOO de 16 km². Aechmea alopecurus ocorre em Mata Atlântica de encosta e de baixada. De acordo com dados disponíveis, os três municípios de ocorrênciada espécie perderam, ao longo dos anos, mais de 90% da cobertura vegetal original. Cada localidade foi considerada uma situação de ameaça distinta. A espécie não estáprotegida por unidades de conservação (SNUC).

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Aechmea alopecurus Mez;

Família: Bromeliaceae

Sinônimos:

  • > Pothuava alopecurus ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Holótipo (Pohl 5230, Brasilia) localizado em W, Austria (Till, 1994).

Distribuição

Distribuição: BA e MG.Após a única coleta da espécie no século XIX, um novo registro foi feito em 2000, na Cadeia do Espinhaço da Bahia e outro em 2003, para Salto da Divisa em Minas Gerais (Versieux; Wendt, 2006; Versieux et al., 2008; Giulietti et al, 2009).

Ecologia

Espécie epífita, ocasionalmente terrícola (Giulietti et al., 2009), perene, que habita áreas de floresta atlântica montana e de baixada. Fértil de agosto a janeiro, polinizada por aves e dispersada por animais.

Ameaças

1.1 Agriculture
Detalhes A região que compreende o sul da Bahia e norte do Espirito Santoé economicamente carente, onde grande parte da população utiliza-se dos recursos naturais como principal fonte de sustento. Áreas de florestas vêm sendo amplamente suprimidas para dar lugar ao plantio de Eucalipto. Os sistemas tradicionais de cabrucas (plantações de cacau), que apesar de manterem parte do componente arbóreo das florestas intacto, não permite que plantas do sub bosque da floresta mantenham suas populações viáveis, uma vez que são imediatamente suprimidos (Araujo et al. 1998). O cultivo da seringueira (Hevea brasiliensis) também é responsável pela supressão de trechos significativos de florestas. A expansão da pecuária e consequente abertura de pastagens sobre fragmentos florestais em propriedades particulares têm aumentado significativamente após a crise no cultivo de cacau, e segundo Araujo et al. (1998), esta atividade possui enorme potencial para expandir-se nos próximos anos.

1.7 Fire
Detalhes O Parque Nacional da Chapada Diamantina (BA) sofre de constantes queimadas. Por exemplo, em 2005 em apenas dois meses de seca, foram queimados cerca 10% de área do Parque (Neves; Conceição, 2010).

Ações de conservação

1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: Citada como "Deficiente de Dados" (DD) no Anexo II da Lista Vermelha Oficial do Brasil (MMA, 2008).

5.7 Ex situ conservation actions
Situação: on going
Observações: A espécie foi encontrada em cultivo no sítio Burle Marx (Sousa, 2004).

3.3 Biology and Ecology
Situação: needed
Observações: Versieux e Wendt (2006) recomendaram o desenvolvimento de estudos sistemáticos e trabalhos de campo para melhor conhecimento da biologia da espécie.

Referências

- GIULIETTI, A. M.; RAPINI, A.; ANDRADE, M. J. G.; QUEIROZ, L. P.; SILVA, J. M. C. Bromeliaceae. 2009. 496 p.

- VERSIEUX, L. M.; WENDT, T. Checklist of Bromeliacea of MInas Gerais, Brazil, with Notes on Taxonomy and Endemism. Selbyana, v. 27, n. 2, p. 107, 2006.

- VERSIEUX, L. M.; WENDT, T.; LOUZADA, R. B.; WANDERLEY, M. G. L. Bromeliaceae da Cadeia do Espinhaço. Megadiversidade, v. 4, n. 1-2, 2008.

- ARAÚJO, M.; ALGER, K.; ROCHA, R.; MESQUITA, C.A.B. A Mata Atlântica no sul da Bahia, Cadernos da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, 1998.

- NEVES, S. P. S.; A. A. CONCEIÇÃO. Campo rupestre recém-queimado na Chapada Diamantina, Bahia, Brasil: plantas de rebrota e sementes, com espécies endêmicas na rocha. Acta Botanica Brasilica, v. 24, n. 3, p. 697-707, 2010.

- SOUSA, G. M. Revisão taxonômica de Aechmea Ruiz & Pav. subg. Chevaliera (Gaudich. ex Beer) Baker Bromelioideae- Bromeliaceae. doutorado. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2004.

- FORZZA, R.C., COSTA, A., SIQUEIRA-FILHO, J.A., MARTINELLI, G. Bromeliaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2010/FB005761>.

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.

Como citar

CNCFlora. Aechmea alopecurus in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Aechmea alopecurus>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 12/04/2012 - 17:21:07